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Fogo de Santelmo é perigoso? O que causa? Como ocorre?

O Fogo de Santelmo, durante séculos, foi um espetáculo aterrador e estranho para os marinheiros. Eles ficavam assustados ao ver como as chamas inexplicáveis ​​eram produzidas nas extremidades dos mastros dos navios durante tempestades no meio do oceano. Isso era mais do que o suficiente pra alterar o curso das bússolas do navio.

Atualmente, essas chamas azuis – ou em tons de violeta – aparecem nas cabines e nas asas dos aviões. Assim, pode-se dizer que o fogo de Santelmo é um fenômeno meteorológico, criado em relação à eletricidade estática que o avião causa em seu movimento ao colidir com o ar.

Veja também – O que é congruência? Qual significado?

É uma faísca que realmente não é um incêndio e, é claro, não tem capacidade de queimar nada. Este efeito é chamado efeito corona. Ele surge da seguinte forma: se um avião entra em uma tempestade, também entra em um campo elétrico (daí as divergências inexplicáveis ​​das bússolas) que causam a ionização das moléculas de ar. Assim, acabam se separando de seus elétrons e criando um plasma condutor.


Nesse momento, a tempestade pode descarregar sua energia brevemente sobre a massa contida no campo elétrico. Isso significa que é exatamente na fuselagem e nas asas do avião.

O brilho parece inofensivo por alguns minutos e, em seguida, o processo começa novamente.


Benjamin Franklin

Todo esse curioso fenômeno meteorológico foi detectado pela primeira vez pelo americano Benjamin Franklin. Isso ocorreu em 1749, quando ele ainda pertencia ao Império Britânico. Benjamim demonstrou, após suas investigações, a invenção do para-raios, que era de natureza elétrica.

Tal ocorrência poderia ser um elemento de perigo somente para aeronaves e aeróstatos antigos. Contudo, estes deveriam estar carregados com gás hidrogênio inflamável.

Embora seja chamado de “fogo”, na verdade, o Fogo de Santelmo é um plasma de baixa densidade e temperatura. Sua causa provável é uma grande diferença no potencial elétrico atmosférico.

Mas o que é realmente o Fogo de Santelmo e como é formado?

O Fogo de Santelmo pode ser definido como o brilho luminoso remanescente das faíscas que saltam do metal durante uma tempestade intensa. Essas faíscas, ao contrário dos raios, não têm uma direção específica. Elas podem ser vistas por vários minutos após o aparecimento.

Portanto, pode-se afirmar que não é um tipo de raio e não é fogo (na verdade, é um plasma, como dito acima). Ele recebeu esse nome porque San Telmo é o patrono dos marinheiros, quem os protege.

Sua origem pode ser encontrada na eletricidade estática da atmosfera e ocorre nas pontas de objetos altos, ou seja, em:

  • Mastros;
  • Asas de aeronaves;
  • Postes de iluminação;
  • Entre outros.

Esse fenômeno ocorre quando uma tempestade intensa cria um campo elétrico, capaz de ionizar o ar. A ionização é uma ocorrência que se dá com átomos ou moléculas carregadas eletricamente devido à falta ou excesso de elétrons em relação a uma molécula que é neutra. Quando a diferença entre eles é alta o suficiente, surgem as faíscas características.

Fogo de Santelmo

Etimologia

Este fenômeno leva o nome de Erasmus de Formia (San Telmo), padroeiro dos marinheiros. Isso porque existem inúmeros marinheiros que, ao longo da história, afirmam ter testemunhado o aparecimento de rajadas de fogo incandescente que dançavam nos mastros dos navios durante certas tempestades.

E como se nada disso bastasse, ocorriam alterações da bússola. Alguns chegavam a acreditar que estavam sendo vítimas de uma “reunião de alienígenas” ou de “acontecimentos paranormais”.

Esses Fogos de Santelmo, especificamente, serviram aos marinheiros para prever a queda de um raio iminente no navio, como geralmente os precede.

Portanto, as ações de luz avassaladoras eram um símbolo da fúria incessante do mar para os marinheiros. Em Moby Dick, de Herman Melville, por exemplo, você pode ler uma clara alusão a elas.

A questão histórica

Durante tempestades especialmente carregadas de eletricidade, o fenômeno também pode ser observado:

  • Nas pontas dos chifres do gado;
  • Nas folhas das árvores;
  • Na grama;
  • Nos objetos pontiagudos que dançam no meio de um tornado.

Não é segredo que o Fogo de Santelmo, quando ocorre, dá a tudo o que vemos um ar assustador.

Em termos históricos, de fato, existe uma teoria bastante peculiar, se assim se pode dizer. Tal teoria indica que o famoso incêndio em Hindenburg, em 1937, foi obra de um “incêndio” de Santelmo. Este fenômeno “acendeu” o hidrogênio que estava contido no balão, resultando no clarão e no fogaréu.

Na Grécia antiga, o aparecimento de um único Fogo de Santelmo recebeu o nome de Helena. Os marinheiros galeses se referiam a esse fenômeno como Anwyll e Ysbryd (velas dos espíritos), velas do fantasma sagrado ou São Davi. Para os russos, eram as luzes de São Nicolau ou São Pedro.

A mitologia em torno do fenômeno

Algumas histórias acerca do assunto dizem que o fenômeno de Santelmo é o espírito de um homem que morreu perto de um rio, lago, oceano ou durante fortes chuvas.

A alma perdida dele aparece como uma bola de fogo. Alguns dizem que ele busca vingança contra aqueles que o fizeram mal, enquanto outros afirmam que a alma está buscando paz.

Segundo a Wikipedia, o Fogo de Santelmo é uma criatura da mitologia filipina. O termo é a forma abreviada das palavras em tagalo “Apoy ni San Elmo”. Essa ocorrência serviu, por muito tempo, como um presságio de intervenção celestial para os marinheiros.

Versões mais recentes da história de Santelmo dizem que as bolas flamejantes de luzes são crianças que não foram batizadas antes de morrerem.

O Fogo de Santelmo é perigoso?

Embora não cause ferimentos, tem-se conhecimentos de casos onde houve algumas mortes bastante estranhas. Em 6 de maio de 1937, 36 pessoas morreram no Hindenburg Zeppelin. Isso se deve ao fato de o hidrogênio usado para preenche-lo apresentar um alto risco de inflamação. A consequência? Pegou fogo, claro.

Entretanto, nos dias de hoje, se você for pegar um avião ou navio e acontecer o Fogo de Santelmo não há o que temer. Acalme-se e aproveite, pois o fenômeno não oferece perigo algum.

Variação na cor do Fogo de Santelmo

A cor do brilho desse fenômeno, no mínimo, peculiar, depende do tipo de gás envolvido. Se vivêssemos em uma atmosfera de gás neon, o fogo de Santelmo seria de tons vermelhos ou até mesmo laranjas. Já os raios seriam brancos, mas com as bordas alaranjadas.

No entanto, nossa atmosfera é feita de nitrogênio e oxigênio. Assim, essa mistura do Fogo de Santelmo brilha em cores azuis ou violetas, quando exposta a campos de alta tensão.

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