Você já ouviu falar sobre clickbait? Esse é o assutno de hoje.
Definição de clickbait no dicionário
De acordo com o dicionário, clickbait (ou “isca de cliques”, em tradução livre) pode ser definido como:
“Conteúdo cujo principal objetivo é atrair atenção e incentivar os visitantes a clicar em um link e ser redirecionados a uma determinada página da web”.
Origem do termo
Embora o conceito de clickbait digital seja relativamente novo, esse método tem sido utilizado desde a invenção da impressão e distribuição de jornais.
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De fato, os donos de jornais entenderam rapidamente que, para enfrentar a crescente concorrência nas bancas e nas prateleiras dos supermercados, eles tinham que criar manchetes.
Isto é, primeiras páginas que fossem interessantes o suficiente para induzir os transeuntes a escolher seu jornal. Assim, não importava que a chamada fosse sensacionalista ou que o título fosse enganador.
Afinal de contas, o objetivo do clickbait, que vem desde a era dos jornais impressos, é chamar atenção e despertar curiosidade. Por isso, a tática atravessou as décadas até a era digital, onde o termo foi cunhado e se popularizou.
Clickbait: bom ou ruim?
Sem dúvida, o clickbait vem crescendo em popularidade nas empresas que buscam aumentar a taxa de conversão. A tática é utilizada tanto no conteúdo orgânico quanto no patrocinado (principalmente nas redes sociais).
Contudo, a isca de cliques gerou um movimento contrário, que pode ser chamado de “anti clickbait”. Afinal de contas, o chamariz passou a ser odiado pelos usuários, colecionando “haters”.
De fato, uma alta porcentagem de publicações e compartilhamentos em mídias sociais é considerada uma isca para cliques. Recentemente, um estudo realizado na Universidade do Mississippi constatou que 33,54% das manchetes de mídia convencional se classificam como clickbait.
Apesar disso, um artigo publicado em 2014 pelo Facebook mostrou que 80% das vezes, as pessoas preferem títulos que os ajudam a decidir se querem ou não ler o artigo completo – antes mesmo de clicar.
Contudo, existe ainda 20% que vai contra essa conformidade. Sem dúvida, muitos fenômenos surgiram desse sentimento “anti-clickbait”, que no Brasil pode ser definido como “anti isca de clique”.
Como visto, as opiniões são divididas, e nem todos concordam com a definição pejorativa dessa tática. Efetivamente, existem muitos defensores de um uso “consciente” do método. Ou seja, menos sensacionalista e mais abstrato, como uma isca de curiosidade.
Há quem argumente, portanto, que a definição de clickbait foi deturpada pelo uso indevido. Isto é, seu mau uso desvalorizou a palavra, criando um gatilho negativo imediato. Esse efeito é radical e taxativo, não abrindo espaço para discussões sobre a definição do termo e como empregá-lo.
Assumir que a “isca de links” é ruim é o primeiro impulso da maioria dos usuários da internet. Afinal, a palavra é linkada a sinônimos de “fraudulento”, “enganoso”, “tendencioso”, “escrachado” e derivados. Essa noção foi criada, sobretudo, por revistas de fofoca.
Muito populares nas décadas passadas, revistas de resumos de novelas e “flagras” de famosos ajudaram a disseminar o uso desenfreado da tática. Assim, criando uma cultura de resistência, passada hoje para outras mídias virtuais.
Como clickbait funciona?
De fato, o uso da clickbait pode aumentar significativamente a probabilidade de um usuário clicar em um link ou anúncio. Por outro lado, ele também aumenta significativamente a taxa de rejeição. Isto é, a taxa da qual é medida os usuários que deixam de acessar o site.
O objetivo do marketing de conteúdo hoje é essencialmente converter leitores em clientes. Por isso, quem é contra o clickbait ressalta que esse é um processo que requer a construção de confiança e o desenvolvimento de um relacionamento.
Ou seja, se você estiver usando a isca de cliques para conquistar estes leitores rapidamente, acabará danificando sua imagem. Em outras palavras, será mal visto pelo público, arruinando a chance de sua empresa estabelecer um relacionamento lucrativo com o público.
As definições de clickbait
O problema com a clickbait, segundo alguns diretores de marketing digital, é que ele representa é um acordo unilateral com o seu público. Ou seja, a tática engana as pessoas, induzindo-as a consumir seu conteúdo. Em outras palavras, fazendo-as acreditar que será melhor do que realmente é.
Essa decepção e quebra de acordo, quando o público não recebe o prometido, gera uma reação opositora. Em suma, esse seria o sentimento de revolta a repercutir uma má reputação às iscas de clique. Assim, criando um movimento intolerante, que busca combater o que o clickbait promove.
Lacunas de curiosidade
De fato, a isca de cliques pode receber mais de uma conotação. Além do pejorativa, onde é “mal visto”, “evitado” e “rejeitado”, o clickbait também é sinônimo de termos positivos. Por exemplo, para especialistas, existem duas categorias de títulos de iscas de clique – o título espetacular e o título misterioso.
Isto é, uma manchete espetacular seria, em termos gerais, algo como:
“Estes profissionais de marketing tentaram seis truques secretos de influenciadores digitais. Você não vai acreditar nos resultados!”
Neste caso, o título é “espetacular” uma vez que é recheado de declarações grandiosas. Ou seja, ele intima o leitor, abordando diretamente e contendo diversos superlativos.
O título “espetacular” é o mais comum de todos, e não é considerado necessariamente “mentiroso”. Embora, para alguns, possa ter se tornado manjado e sinônimo de isca de cliques.
Por outro lado, uma chamada “misteriosa” pode ser algo como:
“A única palavra que prometi parar de usar em 2019”
Ou, em um segundo exemplo:
“O que fiz para me perdoar por comer doces”
Nesse caso, os títulos são deliberadamente vagos e ambíguos. Tal como o espetacular, eles ocultam uma resposta. Ou seja, é necessário clicar na “isca” para descobri-la. Em contrapartida, não utiliza superlativos e linguagem considerada “hostil” e “intimidadora”.
O tema contínuo em todos os títulos de isca de cliques é que eles atraem a curiosidade do leitor. Isto é, eles atraem o mesmo processo psicológico. Em suma, eles funcionam porque as pessoas são criaturas naturalmente curiosas, por isso, para alguns, é irrelevante se elas usam táticas grandiosas ou sutis.
Quando o clickbait é feito corretamente, a técnica se torna uma das melhores maneiras de fazer com que as pessoas prestem atenção e ofereçam seu bem mais precioso: a atenção.