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Horário de verão: como funciona? Só tem no Brasil? Ainda existe?

Desde 1931 o brasileiro está acostumado a ajustar os relógios para obedecer às regras do horário de verão. No entanto, você já se perguntou o motivo de isso acontecer? Há quem ame e quem odeie essa modificação nos horários diários de grande parte do país, mas pouca gente realmente procura saber o motivo da existência dela.

Neste texto vamos falar um pouco da origem do horário de verão, sua aplicação no Brasil, a possibilidade de extinção, entre outras curiosidades. Continue a leitura para saber mais!

Origem do horário de verão

O horário de verão, na realidade, começou a ser discutido ainda no século XVIII. De acordo com estudiosos como Benjamin Franklin, sugerindo que durante o verão, as pessoas deveriam acordar mais cedo para aproveitar as horas de luz solar. Embora não existisse ainda a sugestão de uma alteração dos horários em si, havia a sugestão de alteração dos hábitos do povo. Segundo Benjamin Franklin, isso ajudaria as pessoas a ficarem mais dispostas, aproveitarem melhor o dia e, além de tudo, economizariam no consumo de velas, já que na época não existia a luz elétrica.

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Embora a sugestão não tenha conquistado muita gente, diversas propostas semelhantes continuaram acontecendo ao longo dos anos. Até então, os horários eram estabelecidos por cada cidade, de acordo com estudos astronômicos. Porém, com a criação, expansão e popularização das linhas férreas, foi cada vez mais necessário que os horários fossem padronizados. Isso, com o tempo, acabou tomando uma proporção mundial, quando os fuso-horários foram criados.

Foi então que um entomologista da Nova Zelândia chamado George Hudson sugeriu, através de um estudo desenvolvido por ele mesmo, que o ideal seria modificar os relógios para aproveitar a luz do dia. A ideia, de início, surgiu para que as pessoas tivessem luz solar o suficiente para aproveitar seus passatempos em uma época em que ainda não existia luz elétrica. Assim como a de Benjamin Franklin, sua ideia não foi levada adiante inicialmente.


Horário de verão

Só tem horário de verão no Brasil?

A ideia do horário de verão surgiu de fora do Brasil e foi popularizada inclusive em outros continentes muito antes de chegar até o país. A primeira cidade a realmente adotar a mudança dos relógios foi Port Arthur, em Ontario. A cidade canadense começou a modificar os relógios em julho de 1908. Mais tarde, outra cidade canadense aderiu à inovação e, então o horário de verão passou a se popularizar.

Entretanto, o horário de verão realmente ganhou força muitos anos depois. Nos anos 70, a energia elétrica já era bastante difundida no mundo inteiro. Porém, grande parte dos países industrializados começou a enfrentar uma grande crise de energia.

No Brasil, grande parte da energia é produzida por hidroelétricas. No entanto, em grande parte do mundo as principais fontes são outras diversas, sendo que o petróleo vem em primeiro lugar. Durante a década de 70, houve um grande déficit na disponibilidade de petróleo, fazendo com que diversos países enfrentassem uma grande crise de energia.

Assim, o horário de verão passou a ser implantado como uma forma de economizar energia. Dessa forma, ao modificar os horários, as pessoas teoricamente tinham mais horas de sol no dia. Nesse período, eram incentivadas a economizar o máximo possível de energia elétrica, aproveitando a luz natural ainda disponível.

Mas por que o Brasil aderiu ao horário de verão?

Afinal, se nossa principal fonte de energia não é o petróleo, o responsável pela grande crise de energia que popularizou o horário de verão, por que o Brasil decidiu aderir a ele? No início dos anos 30, ao conferir estudos feitos a respeito do horário de verão e verificar os resultados em diversos países, o governo brasileiro decidiu adotar o horário de verão em algumas regiões do país tanto para disponibilizar mais horas de luz natural para o bem estar da população, quanto para a economia de energia.

Vale a pena notar, porém, que o Brasil é um país de dimensões continentais. Isso quer dizer que temos uma grande diversidade de fuso-horário dentro do país e, além disso, algumas áreas ficam muito próximas à linha do equador. Por isso, o horário de verão nunca é aplicado no país inteiro. Isso porque a medida só tem efeito prático para os estados que estão mais distantes da linha do equador, onde os dias ficam efetivamente mais longos durante o verão.

Não existe, porém, um consenso de quando o horário de verão deve começar ou terminar. Embora sempre aconteça durante os meses de verão, o início e o final do período são definidos de acordo com um decreto presidencial apoiado por estudos que levam em consideração a economia de energia e como a medida está afetando a saúde da população.

Horário de verão

Declarações do Governo Bolsonaro

Ao longo dos anos, o decreto presidencial modificou diversas vezes os estados que deveriam atender ao horário de verão, assim como se sua execução seria ou não necessária. No início de 2019, o presidente da república Jair Bolsonaro (PSL) deu uma declaração dizendo que no ano corrente, não haveria necessidade do decreto presidencial que institui o início do horário de verão.

Segundo o presidente da república e o deputado João Campos, os estudos dos anos anteriores têm mostrado pouca ou nenhuma diferença na economia de energia. Isto, além de um possível declínio na saúde da população, que passa a sofrer de cansaço, dificuldade para dormir, entre outros transtornos.

Entretanto alguns estudos de diferentes universidades brasileiras demonstraram que o horário de verão parece não afetar realmente a saúde da população e sugerir que o corpo acaba apenas se adaptando aos poucos às mudanças de luz.

Considerações finais

A possibilidade do horário de verão entrar em  vigor em 2019 é muito baixa. No entanto, decretos presidenciais podem modificar a utilização dele anualmente de acordo com a necessidade de economia de energia e de como isso pode afetar a saúde da população.

Muitos defendem a utilização do horário de verão como uma tática para a diminuição do aquecimento global, além de uma forma de manter o dia a dia dos trabalhadores mais saudável. Isto, no entanto, pode variar de país para país e sofrer uma infinidade de mudanças ao longo dos anos.

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