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Folclore: significado e origem da palavra

Você, certamente, já leu e ouviu falar algumas coisas sobre o folclore, não é mesmo? Contudo, já parou para pensar acerca do significado e origem desse termo?

Preparamos o artigo de hoje para ajudar você responder a essa pergunta e obter algumas informações adicionais sobre o assunto. Boa leitura!

Qual é a origem da palavra “folclore”?

A palavra folclore tem suas raízes em dois termos ingleses: “folk” e “lore” que podem ser traduzidos por “povo” e “conhecimento”. Sendo assim, é possível determinar um sentido semântico cujo equivalente, em nossa língua, seria “conhecimento popular” ou “saberia do povo”.

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Desde um ponto de vista histórico, os estudiosos atestam que o termo surgiu em 1846, tendo sido utilizado pela primeira vez em um artigo na revista “The Athenaeum”, de autoria de William J. Thoms (1803 – 1885), arqueólogo britânico.

Nesse artigo, Thoms usou o termo folclore para se referir às superstições, lendas e costumes das sociedades antigas.


O que é folclore?

O folclore pode ser definido como um conjunto de lendas e mitos passados de geração a geração. Enquanto algumas dessas histórias são claros frutos da imaginação (como ocorre em muitas regiões interioranas), outras foram elaboradas para transmitir mensagens importantes ou, simplesmente, para assustar.

Cumpre ressaltar que muitas dessas histórias originaram festas populares em todo o Brasil.

As lendas são histórias contadas e transmitidas oralmente ao longo do tempo que combinam fatos históricos e reais com relatos fantasiosos, procurando explicar acontecimentos sobrenaturais ou misteriosos.

Folclore

Os mitos, por sua vez, constituem-se em narrativas fortemente simbólicas. Como os povos antigos não eram capazes de compreender racionalmente os fenômenos naturais, criavam mitos com o fim de conferir sentido ao mundo que os cercava.

Além disso, os mitos serviam como um meio de transmitir conhecimentos e manter as pessoas conscientes das qualidades, defeitos e perigos dos seres humanos.

Quais são as principais características do folclore?

Em uma sociedade como a brasileira, marcada por imensa diversidade cultural, um problema enfrentado pelos especialistas consiste em encontrar a forma mais adequada para identificar algo como folclórico. Para superar essas dificuldades, certas características devem ser levadas em consideração:

  • O caráter espontâneo da narrativa;
  • O anonimato ou a falta de um autor único;
  • A oralidade, isto é, transmissão por meio da palavra falada;
  • A identificação coletiva – deve existir uma aceitação massiva dos fatos narrados;
  • A vulgaridade ou popularidade, isto é, a narrativa deve ser oriunda das camadas populares.

O folclore no Brasil

O dia 22 de agosto, em nosso país, é reservado para as comemorações do Dia Nacional do Folclore – instituído no ano de 1965, via decreto, pelo presidente Castelo Branco.

Além das lendas e dos mitos, o conceito de folclore busca englobar as diversas manifestações culturas, de modo que é lícito considerar como folclóricas as mais variadas representações:

  • Danças e ritmos típicos: caiapó, frevo, capoeira, forró, carimbó;
  • Músicas regionais;
  • Comidas regionais;
  • Encenações: cavalhada, congada, bumba-meu-boi, marujada;
  • Superstições;
  • Manifestações artísticas: cestas de palha, confecção de renda, artesanatos;
  • Comemorações;
  • Jogos e brincadeiras infantis: trava-línguas, amarelinha, parlendas;
  • Crenças populares;
  • Tradições populares;
  • Ditados populares;
  • Festas: Folia dos Santos Reis, Círio de Nazaré, Festa do Divino, Festa Junina.

Curupira

O Curupira é o grande protetor dos animais selvagens e das matas brasileiras. Geralmente representado como um anão (ou um homem pequeno) de cabelo comprido e com ambos os pés virados.

Ele persegue e assassina todos os indivíduos que, a seu juízo, desrespeitaram a vida natural. Dessa forma, quando uma pessoa desaparece na floresta, muitas pessoas do interior creem que o sumiço se deve à ação do Curupira.

Mãe-de-ouro

A Mãe-de-ouro é representada por uma esfera incendiada que aponta os locais em que é possível encontrar as mais ricas jazidas deste precioso metal. Há, também, alguns mitos que a descrevem como uma mulher bastante luminosa e capaz de voar.

Folclore

Em algumas localidades, a Mãe-de-ouro assume a forma de uma bela mulher que vive em cavernas e, depois de atrair homens casados para o seu lar, faz com que abandonem suas famílias.

Mãe-D’água

A Mãe-D’água é semelhante a outro personagem presente na mitologia universal: a sereia. O seu corpo é metade peixe e metade mulher e, com a atratividade de se canto, é capaz de atrair os homens e conduzi-los às profundezas das águas, matando-os afogados.

Saci-Pererê

Um dos mais famosos personagens do folclore nacional, o Saci-Pererê é um rapaz negro que possui somente uma perna. Sempre ando com seu cachimbo na boca e um gorro vermelho na cabeça – peça que lhe confere dons mágicos.

O Saci-Pererê adora aprontar travessuras, acordando as pessoas com a sua gargalhando, queimando comida e espantando cavalos.

Corpo-seco

O Corpo-seco é um tipo de assombração que se dedica a assustar as pessoas que passam por estradas desertas ou isoladas. Quando estava vivo, foi um homem bastante ruim, uma espécie de sociopata que se ocupava em praticar maldades, chegando ao extremo de maltratar e prejudicar a sua própria mãe.

Depois de morrer, ele foi rejeitado pelo além-vida e pela terra, sendo obrigado a vagar eternamente como uma alma errante.

Pisadeira

A Pisadeira é uma mulher idosa e que é sempre representada calçando chinelos. Ela surge na madrugada para pisar no abdômen das pessoas – ação que visa provocar falta de ar em suas vítimas. Segundo a lenda, a Pisadeira aparece quando vamos dormir logo após o jantar. Portanto, nada de ir deitar com a barriga cheia, ok?

Mula-sem-cabeça

A lenda da Mula-sem-cabeça surgiu no interior do Brasil. Segundo o relato folclórico, uma mulher e um padre tiveram um romance proibido e, a título de castigo, em todas as noites de sexta-feira, ela seria transformada em uma mula que salta e galopa sem parar, soltando fogo de seu pescoço.

Boto cor-de-rosa

A lenda do boto cor-de-rosa originou-se na Amazônia. Trata-se de um homem charmoso, bonito e jovem que encanta as mulheres em festas e bailes. Após garantir a conquista, ele as leva para um rio. Antes do nascer do sol, as moças já estão grávidas e, então, o jovem mergulha no rio e se transforma no boto.

Boitatá

Boitatá é uma cobra em chamas que, assim como o Curupira, protege os animais e as matas, tendo a habilidade de perseguir e eliminar todos os que desrespeitam a mãe-natureza.

Há estudos que sustentam se tratar de um mito indígena e um dos relatos pioneiros no folclore do Brasil. Existem relatos do “fogo que corre” (como também é conhecido no Nordeste), até mesmo, nas cartas do padre José de Anchieta, datadas do século XVI.

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